"Filha da ciência e mãe da caridade! Fossem as sociedades civis como tu, ó, santa Maçonaria, e os povos viveriam eternamente numa idade de ouro. Satanás não teria mais o que fazer na terra, e Deus teria em cada homem um eleito."
(Cônego Januário da Cunha Barbosa)
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15 de abril de 2015

IIr.´.

     "A ampla simbologia maçônica, que evoluiu para interpretações morais e místicas no seu avanço especulativo nasceu na sua maioria dos costumes e da organização das Corporações de Ofício, de Corporações de Construtores, basicamente fundamentada em suas funções e trabalho. Nos rituais, podemos entender muito destas razões".

     Entre as Corporações de Ofício da Idade Média, hoje englobadas, sob o rótulo de Maçonaria de Ofício ou Operativa, destacava-se a dos Canteiros (Canteiro é o operário que trabalha em Cantaria, palavra derivada de canto, já que a função é fazer os cantos, ou ângulos retos na pedra), ou esquadrejadores de pedras, ou seja, os obreiros que tornavam cúbica a pedra bruta, dando-lhe cantos, para que ela pudesse se encaixar nas construções. . 

     Os canteiros costumavam delimitar os seus locais de trabalho (que, por extensão, acabaram sendo chamados de canteiros de obras, denominação encontrada até hoje), cercando-os com estacas fincadas no chão e nas quais eram introduzidos aros de ferro, que se ligavam a outros elos, formando uma corrente. A abertura dessa cerca estava na parte ocidental do recinto de obras. Transpondo-se essa cerca, encontrava-se, bem na entrada, na parte frontal, ou lateral, um barracão, que funcionava como uma espécie de almoxarifado, onde eram guardados os planos da obra, o material de trabalho e os instrumentos necessários.

     Como responsável por todo esse material, havia um operário graduado, que era o Warden (em Inglês) ou seja, Zelador, ou Vigilante. Este obreiro, além de tomar conta de todo o material, pagava o salário aos operários, despedindo-os então, no fim da jornada diária de trabalho. Posteriormente, para maior agilização dos trabalhos foi criado o encargo de mais um zelador, ou vigilante, postado geralmente ao sul, ou ao meio-dia. O hábito de chamar o sul de meio-dia é originário da França, onde o sul é chamado de midi.

     Assim, esse hábito dos trabalhadores medievais, principalmente dos canteiros, além de ser a origem da Cadeia de União e até da Corda de Oitenta e um Nós, deu, também, origem aos cargos de Vigilantes de uma Oficina Maçônica, os quais, além de outras funções, devem, simbolicamente, ao fim do dia de trabalho, pagar aos obreiros o salário da jornada diária, despedindo-os, então, contentes e satisfeitos, por terem recebido sua paga.
  

T.`. F.`. A.`.
Ir.´. Newton Agrella


Referências:
   - Livro das Constituições da Grande Loja da Inglaterra