"Filha da ciência e mãe da caridade! Fossem as sociedades civis como tu, ó, santa Maçonaria, e os povos viveriam eternamente numa idade de ouro. Satanás não teria mais o que fazer na terra, e Deus teria em cada homem um eleito."
(Cônego Januário da Cunha Barbosa)
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23 de maio de 2019


Soberba e Arrogância costumam marcar encontros fortuitos.

14 de maio de 2019


     Filantropia é uma palavra que tem origem grega (philanthropia) e significa amor à humanidade (*). Seguem abaixo algumas palavras que são consideradas sinônimos de filantropia:
          - Beneficência;
          - Caridade;
          - Desprendimento.

      De acordo com a definição de muitos rituais maçônicos (exemplo: Ritual do R:.E:.A:.A:. do G:.O:.S:.P:.), podemos concluir que a Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista; e que pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade. 

     Há muitas menções aos termos "filantropia", beneficência e derivados em nossos rituais, portanto, faço algumas perguntas: Filantropia é importante na maçonaria? Será que estamos realmente praticando  filantropia? A resposta, em minha concepção, é "sim" para as 2 perguntas. O meio mais simples e regular de praticarmos filantropia, e que existe na maior parte dos ritos maçônicos, é contribuirmos com os "metais" que pudermos, naquela parte da sessão maçônica chamada em muito ritos de "Tronco de Beneficência". 

     De acordo com Maimônides (ver Imagem 01), filósofo judeu do século XII, existem 8 níveis de caridade (Tzedaká, que é na verdade um mandamento judaico, que poderia ser mais bem traduzido como "justiça social"), e muitos deles praticamos "regularmente" ou "esporadicamente" em nosso convívio pessoal, social ou maçônico, mas quero ressaltar que, regularmente, em minha humilde opinião, praticamos regularmente apenas o nível 7, ou seja, doamos menos do poderíamos dar. Isso pode ser facilmente observado nos baixos valores que regularmente são "produzidos" no "Tronco de Beneficência".

Imagem 01: Os 8 níveis da Tzedaká de Maimônides
Fonte: O Pensamento de Maimônides (filósofo judeu do século XII),
Monografia produzida por IOK-BR, Prof. Dr. Rodolfo Domenico 
Pizzinga
    
   Acredito que poderíamos praticar mais "Filantropia" se houvesse uma "consciência" coletiva maior de que podemos e devemos ajudar aqueles que precisam (sempre há muita gente precisando!). Compartilho abaixo uma frase que ouvi na série “Maçonaria, Segredos Revelados” da Netflix (ver Imagem 02),  que é transmitida a todos os iniciados da "Grande Loja Unida da Inglaterra" (GLUI), com o objetivo de despertar o espírito filantropo, tímido, que existe em nós:

“Deixe a prudência direcionar você, a temperança moldar você, a fortitude apoiar você e a justiça ser a guia de suas ações, mas tenha o cuidado de lembrar dos verdadeiros ornamentos maçônicos: a benevolência e a caridade.”

Imagem 02: Série "Maçonaria, Segredos Revelados" da Netflix

     Uma reportagem da Revista Planeta, edição 457, com o título "Os mais generosos são os pobres", diz que na hora de fazer caridade, os que doam mais são, em geral, os que têm menos. Segundo estudos diversos citados na reportagem, isso se deve ao fato dos mais pobres terem, em geral, um maior sentimento de compaixão (*), que talvez se desenvolva mais por causa da suas experiências pessoais e sociais. O que mais me agradou nestes estudos foi ler que eles também indicaram que ao induzir sentimentos de compaixão em pessoas das classes mais altas, elas mostraram um comportamento pró-social comparável ao das pessoas de classes mais baixas. Isso me alegra, pois me faz acreditar que é possível elevar a prática de Filantropia em nossa Ordem. Será que se falássemos mais (no mínimo mensalmente) sobre as ações de filantropia previstas e realizadas pela Loja, a nossa compaixão aumentaria e nos ajudaria a lapidar melhor as nossas pedras brutas?

(*) Definições de compaixão segundo o Dicionário Michaelis Online:
1- Dor que nos causa o mal alheio.
2- Participação da dor alheia com o intuito de dividi-la com o sofredor.


     Diante de tudo o que foi exposto aqui, faço-lhe um convite: EXERCITE A FILANTROPIA COM REGULARIDADE (e racionalmente)! Não precisa ser com metais, você pode doar o seu tempo à alguma causa! Ajudar uma pessoa querida ou conhecida é fácil, tente ajudar também aquele que você não conhece, que possa fazer bom uso dos donativos, e que não possui alguém próximo que possa ajudá-lo. Se possível, estenda essa ação de benevolência à sua Loja, por meio do Ir:. Hospitaleiro, caso o rito que você pratica tenha esse cargo. O Hospitaleiro é muitas vezes um "figurão" esquecido em loja. Muitos de nós se preocupam demais com a carreira maçônica (não que isso esteja errado) e muito pouco com Filantropia. Procure se lembrar sempre da parte final da frase que é dita aos iniciados na GLUI: "... tenha o cuidado de lembrar dos verdadeiros ornamentos maçônicos": benevolência e a caridade!


Fraternalmente,

Ir:. Fábio Prado, com contribuição do Ir:. Alexandre Watt.